Radar é o motivo para queda de óbitos no trânsito, diz BHTrans

Renata Evangelista
24/10/2019 às 21:27.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:23
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

As mortes provocadas por acidentes de trânsito registraram queda de 60% em uma década na capital. A presença de radares nas vias da cidade é apontada pela BHTrans como o principal motivo para a redução. Só neste ano, 50 equipamentos foram instalados.A maioria flagra excesso de velocidade, avanço de sinal e invasão de faixa exclusiva.Maurício VieiraEm setembro, radar foi instalado na rua São Paulo, esquina com Afonso Pena, no Centro

O levantamento feito pela empresa que gerencia o tráfego da metrópole mostra que, no mesmo intervalo de dez anos, a implantação dos aparelhos aumentou 14 vezes. Em 2009, eram apenas 37 e, hoje, 475.

O detector mais recente foi colocado nesta semana em uma pista reservada para ônibus na Praça Maria Deusa Marra, esquina com avenida Portugal, na Pampulha. Antes, no mês passado, um avanço de semáforo foi instalado na rua São Paulo, esquina com Afonso Pena, no Centro.

Diretora de Planejamento e Informação da autarquia, Elizabeth Gomes Moura diz que os atropelamentos, as batidas e capotamentos começaram a cair em 2000, quando o sistema eletrônico foi iniciado.

Porém, a partir de 2009 a operação dos radares foi intensificada, contribuindo diretamente para os índices atuais. “É um trabalho que se faz ao longo do tempo. Mesmo com a frota de veículos aumentando muito, a quantidade de acidentes reduziu”, enfatizou.

Mais rigor

Apesar da queda, as vidas perdidas no tráfego da metrópole ainda preocupam. O último balanço anual aponta 113 óbitos – média de um a cada três dias. “Os números são muito altos. Foram mais de 11 mil acidentes, dá para se comparar com números de guerra”, observa o especialista em trânsito Márcio Aguiar.

"A redução dos acidentes se deve a vários fatores. Um trânsito complexo, com mais congestionamento e que não permite ao motorista andar com muita velocidade, ajuda a reduzir os sinistros. O segundo fator é com relação à fiscalização eletrônica, que realmente inibe os condutores. Porém, infelizmente, o infrator só reduz a velocidade quando encontra um radar. As campanhas, mesmo não sendo permanentes, também ajudam a conscientizar motoristas, pedestres e motociclistas" (Dirceu Alves, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)

Tanto para ele quanto para consultores de tráfego e médicos que atuam na área os radares são fundamentais para coibir a violência nas pistas. No entanto, outras medidas são fundamentais, como a presença constante de fiscais. 

“A instalação de radar reduz as ocorrências, mas a fiscalização mais eficiente é a que coloca agentes na rua. O policiamento na rua tem que aumentar”, afirma Aguiar.

Neste ano, 50 radares foram instalados na capital

Indústria da multa não

Diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Alves reforça a necessidade dos equipamentos eletrônicos, contrariando, reforça ele, a ideia de indústria da multa. “A autuação é uma maneira de educar. A pessoa pode até não concordar ou reconhecer o erro, mas, quando mexe no bolso, pensa duas vezes antes de cometer a infração”.

Conforme o Hoje em Dia mostrou recentemente, a Polícia Militar intensificou as ações de trânsito no município. São pelo menos 20 blitze por dia. Locais próximos a corredores movimentados e com concentração de bares são priorizados pelos agentes. Em BH, a maioria das viaturas conta com bafômetros.

“Não temos meta estabelecida. Vamos ranqueando os piores locais e dando as soluções. Tudo depende de estudos e critérios rigorosos” (Elizabeth Gomes Moura, diretora de planejamento e informação da BHTrans)

Ranking

Cinco vias de BH concentram quase 30% dos mais de 11 mil acidentes ocorridos ano passado. O Anel Rodoviário, com 842 registros, lidera as estatísticas. A Cristiano Machado é a segunda no ranking. Por lá, segundo a BHTrans, foram 631. Na sequência aparecem a Antônio Carlos (387), Amazonas (338) e Contorno (325).

Diretor da Abramet, Dirceu Alves explica que, tradicionalmente, as pistas com maior fluxo de carros e pedestres estão sempre no topo. “Nesses locais, a presença de fiscais tem que ser intensificada. O policiamento ostensivo inibe as infrações”, avalia.Editoria de Arte

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