
A greve dos metroviários, iniciada nesta quinta-feira (25), tem causado transtornos e prejuízos para usuários e também para comerciantes. Um ofício divulgado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) afirma que o serviço é essencial para manutenção da economia de Belo Horizonte, e faz um apelo para que a categoria mantenha a atividade ao menos nos horários de pico.
No documento enviado ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato dos Metroferroviários de Minas, os lojistas alegam que o comércio depende da mobilidade urbana para movimentar a economia.
“As recentes paralisações reduziram substancialmente a atividade econômica em Belo Horizonte, o que aponta para cuidados especiais para a manutenção do comércio que, além de ser a vocação de nossa cidade, é grande fonte empregadora”, destaca o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
A entidade solicita que os metroviários mantenham a escala mínima do funcionamento do metrô durante os horários de pico. A CDL/BH destaca ainda nos ofícios enviados que, apesar da paralisação ser um direito constitucionalmente previsto, a Lei de Greve prevê a manutenção dos serviços essenciais para o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, como o transporte coletivo.
“O comércio e a população não podem ser reféns de problemas que não competem a eles”, defende o presidente da CDL/BH.
No anúncio de greve, a categoria afirmou que a mobilização é por tempo indeterminado e não haverá escala mínima. Promessa que foi confirmada após as 19 estações de metrô da Grande BH amanhecerem totalmente fechadas.
Greve
O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) confirmou, na tarde de quarta-feira (24), que os trabalhadores do metrô de Belo Horizonte entraram em greve, a partir da meia-noite desta quinta-feira (25). A paralisação acontece por causa da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) das condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em BH.
A greve já havia sido aprovada em assembleia da categoria realizada na última segunda-feira (22). Os trabalhadores temem as consequências da privatização e alegam que, após a desestatização, haverá uma demissão de quase 1,6 mil funcionários da CBTU que atuam em Minas.
Em nota, a CBTU informou que vai acionar a Justiça para garantir uma escala mínima no transporte público.
Reforço
Devido a paralisação dos metroviários, o Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano anunciou que vai ampliar número de viagens e linhas, para assegurar o atendimento da população.
"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano – SINTRAM, informa que a partir de amanhã, desta quinta, irá retomar também as operações da linha emergencial E019 para atender os passageiros prejudicados pela greve anunciada pelos metroviários", disse em nota.
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