BIODIVERSIDADE

Trinta aves resgatadas de cativeiros em Brumadinho voltam à natureza após recuperação; vídeo

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
06/07/2022 às 13:06.
Atualizado em 06/07/2022 às 19:02
 (Vale/divulgação)

(Vale/divulgação)

Cerca de 30 aves foram soltas na natureza em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após passarem anos vivendo em cativeiros clandestinos. Entre as espécies estão tico-ticos, periquitões-maracanãs, rolinhas-roxas e canários-da-terra. A ação é fruto de trabalho para recuperação ambiental e da biodiversidade na região afetada pelo rompimento da barragem da Vale em 2019.

As aves silvestres viviam em cativeiro antes do rompimento, de forma ilegal, e foram encontradas durante o atendimento às propriedades afetadas pelos rejeitos da mineração. A mineradora Vale foi responsável por abrigar esses animais e reintroduzi-los na natureza entre 2019 e 2022. A última ação ocorreu em abril deste ano. 

Por terem passado grande parte da vida em cativeiro, os animais foram submetidos a treinamentos para readquirir as habilidades necessárias para encontrar alimento, abrigo, identificar predadores, além de exibir comportamentos típicos da sua espécie.

Interação

Durante o processo, foram formados grupos de aves. A analista ambiental, Cristiane Cäsar, explica que os animais resgatados foram unidos a outras 67 aves abrigadas em Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) para estimular a interação das espécies no processo de reabilitação e, posterior, soltura na natureza. 

“Esse estímulo à interação entre indivíduos da mesma espécie favorece, especialmente, animais resgatados ainda filhotes, e que de outra forma não teriam como aprender comportamentos essenciais à sua sobrevivência”, conta.

As aves também foram isoladas e estimuladas a terem aversão a seres humanos para que não se aproximem ou sejam atraídas por eles depois que forem reintegradas à natureza. Alguns animais apresentavam deficiências físicas, como ausência de penas devido à corte e/ou brigas, ou algum membro quebrado e passaram por acompanhamento médico veterinário.

O trabalho envolve a participação de mais de 60 profissionais, entre biólogos, veterinários e auxiliares de campo. Antes de soltar os bichos, a equipe ainda realiza treinamentos e testes essenciais para comprovar as habilidades sociais, anatômicas e funcionais.

"Antes da soltura, as aves ainda passam por exames sanitários a fim de garantir sua saúde e impedir a introdução de patologias no ambiente de soltura. Por fim, após a soltura, elas são monitoradas para avaliar sua sobrevivência e bem-estar no ambiente natural”, destaca Cristiane.

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