
Um vereador de Guapé, no Sul de Minas, está sendo investigado pela Polícia Civil por injúria racial. O caso ocorreu durante uma sessão da Câmara Municipal na última segunda-feira (1º). O parlamentar alegou que as falas foram tiradas de contexto.
Segundo a denúncia, apresentada pela presidente da Câmara Municipal, Elizabete Florêncio (PT), durante a sessão, o vereador Thiago Sávio Câmara (PV) teria dito a ela: "Esse discursinho de preta. A senhora não gosta de branco? Qual é o seu problema contra o branco?".
Em contato com o Hoje em Dia, a presidente da Câmara disse que estava com o direito de fala quando foi interrompida pelo vereador. Ela também afirmou que, ao ouvir o colega, ficou "sem força". "Me deu vontade de ir embora para casa e não fazer nada mais".
O que diz o vereador
A reportagem procurou o vereador por meio das redes sociais e aguarda retorno. Em vídeo compartilhado na web, o vereador afirmou que suas falas foram tiradas de contexto.
Segundo o parlamentar, ele pediu à vereadora que não se apropriasse de "retórica" nos debates. "Toda reunião você (vereadora Elizabete) se resume a finalizá-la com a retórica em cima do meu discurso, dizendo que é mãe solteira e que é preta. Eu não a julguei, não julgo e nunca julgarei por suas características biológicas. Não existe outro caminho a ser entendido", disse o vereador nas redes sociais.
A sessão da Câmara de Guapé pode ser acessada na íntegra por aqui. A discussão entre os dois parlamentares ocorreu no fim, a partir de 1h49min.
O que diz a Polícia Civil
Segundo o delegado Alexandre Bonventura, responsável pelo caso, a PC abriu inquérito para investigar as falas do vereador. "A partir de agora, pegaremos as imagens completas da sessão para entendermos o contexto e verificar eventual exagero", disse.
Bonventura também ressaltou que a imunidade de posicionamento dos parlamentares "não é absoluta". "Tem que ser compatível com o exercício da função. Além disso, há outra lei que combate a violência política contra mulheres e principalmente quando praticadas em gênero de cor e outras formas de vulnerabilidade".
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