
O anúncio de três casos de contaminação comunitária de Monkeypox em Belo Horizonte acende um alerta sobre a velocidade de transmissão da doença que já é endêmica em países da África. Os registros foram confirmados nesta quarta-feira (13) pela Secretaria de Saúde da capital mineira. Dezoito pessoas já testaram positivo para a doença.
De acordo com o virologista e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, estamos vivendo uma situação “atípica”. Ele afirma que, até o momento, não existia um surto com velocidade e magnitude de espalhamento tão grande para uma doença.
“Se a gente considerar que o vírus é transmitido pelo contato físico com uma pessoa infectada, já com as erupções na pele, ou pelo contato com gotículas de saliva, podemos ver que há um diferencial no vírus”, explicou o professor da Universidade Federal de Minas.
Para o virologista, mesmo sendo alarmante, o anúncio de contaminação comunitária não é surpreendente, tendo em vista que, em outras grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a maioria dos casos têm esse tipo de transmissão.
Conforme o último boletim do Ministério da Saúde, até esta quarta-feira, foram registradas 310 contaminações pelo vírus. Veja a distribuição dos casos por estados no fim da matéria.
Pandemia
Mesmo com a alta velocidade de transmissão, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, diz que as chances do surto se transformar em uma pandemia como a da Covid-19 são baixas.
Ele explica que isso se dá pelo fato de que parte da população maior de 50 anos, mesmo não tendo imunidade contra esta doença, já se vacinou contra a varíola, na década de 1970.
A OMS diz que estudos confirmaram que a vacinação contra a varíola tradicional demonstra eficácia de cerca de 85% na prevenção da versão do macaco.
Apesar de os imunizantes das duas doenças serem distintos, eles são produzidos da mesma forma e geram proteção cruzada contra os orthopoxvírus.
Prevenção
Diferentemente da Covid-19, a transmissão da Monkeypox é feita através do contato físico e por gotículas grandes de saliva. Por isso, a melhor maneira de prevenção contra a doença é a vigilância e o isolamento em casos de suspeita da doença.
“Como as erupções da Monkeypox são semelhantes às da catapora, o indicado é que, caso a pessoa apresente qualquer sintoma, ela vá até um hospital para que seja feita a testagem e se isole”, diz Flávio da Fonseca.
Além do isolamento, o uso de máscara próximo a pessoas contaminadas é essencial para frear a transmissão do vírus.
Veja a distribuição dos casos por estados:
- 217 - São Paulo;
- 45 - Rio de Janeiro;
- 22 - Minas Gerais;
- 6 - Paraná;
- 4 - Goiás;
- 4 - Distrito Federal;
- 3 - Rio Grande do Sul;
- 3 - Ceará;
- 3 - Rio Grande do Norte;
- 2 - Bahia.
- 1 - Pernambuco
Confira os sintomas da Monkeypox:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores musculares e dores nas costas
- Linfonodos inchados
- Arrepios
- Exaustão
- Uma erupção cutânea que pode se parecer com espinhas ou bolhas que aparecem no rosto, dentro da boca e em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus.