Em uma visita técnica na manhã desta quarta-feira (25), ao hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro, em BH, deputados estaduais e integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde do Estado de Minas Gerais (Sind-Saude MG), constataram diversas irregularidades.
De acordo com a diretora-executiva do sindicato, Neuza Freitas, na unidade houve uma tentativa de "mascarar" o setor de emergência da unidade para parecer que estava ocupado.
O setor destinado a pacientes que precisam de atendimento de urgência está fechado desde 2020, segundo ela, quando foi redirecionado para atendimento exclusivo a pacientes da Covid.
Ainda de acordo com a sindicalista, o local estava vazio até essa terça-feira (25). E, poucos minutos antes da visita, os técnicos receberam informações sobre uma força-tarefa para mover pacientes de outros setores até a unidade de emergência.
"A situação foi confirmada por pacientes que estavam no local. Pacientes lúcidos e tranquilos, que não deveriam estar na ala de urgência, nos disseram que também não sabiam porque foram colocados lá. Eles falaram que estavam na ala B e foram retirados às pressas e colocados naquele lugar 'para ocupar um espaço'", afirma a diretora do Sind-Saúde.
Além da suspeita de que o setor ainda não tenha retomado os atendimentos, como ocorria antes da pandemia, a comissão verificou a presença de 20 carrinhos de inox novos, utilizados para o transporte de materiais para os setores, além de outros insumos recém-comprados, que estão inutilizados.
"Os carrinhos são inadequados e estão parados. Não houve diálogo antes da compra para verificar se os carinhos comportariam a demanda. No entanto, a gestão alega que não houve irregularidades", lamenta Neuza Freitas.
Ainda segundo a diretora do Sind-Saúde, outra situação encontrada foi a falta de médicos para o atendimento. "Foi comprovada a falta de pessoal, que gerou um déficit na escala. Eles mantêm o atendimento através de banco de horas e pagamento de plantão estratégico, o que é caro demais ao Estado e sobrecarrega os profissionais", diz.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) afirmou, por meio de nota, que o Hospital Júlia Kubitschek (HJK) segue os padrões legais vigentes para a realização de compras de equipamentos, insumos e materiais hospitalares.
Sobre a transferência de pacientes entre alas do hospital, houve a necessidade de remanejamento interno para abertura de leitos de isolamento destinados aos casos sintomáticos de Covid-19 admitidos nos últimos dias.
A respeito dos equipamentos que seriam provenientes do Hospital de Campanha, a Fhemig esclarece que trata-se de 6 camas guardadas na Ala F, desde o fim de março, que serão destinadas para a Unidade de Emergência e para o setor de Tomografia da unidade.
Quanto aos demais equipamentos e mobiliários armazenados na unidade, a fundação afirma ainda que, na verdade, são itens obsoletos que foram substituídos e aguardam destinação para leilão oficial.
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