UMA NOVA CHANCE

Capitólio reforça segurança e atrações para retomar visitação de outros tempos

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
09/07/2022 às 08:00.
Atualizado em 29/07/2022 às 12:25

Destino favorito de turistas endinheirados (principalmente de São Paulo), Capitólio é o mais famoso dos 34 municípios banhados pelo Lago de Furnas, no Sul do Estado.

Conhecido como “Mar de Minas”, o lago ganhou as manchetes de jornais em todo o mundo, no início do ano, depois que uma pedra gigante caiu sobre lanchas que circulavam na área, deixando dez mortos e 32 feridos.

Parte mais clara do paredão de quartizito é o local de onde se desprendeu a pedra que caiu sobre as lanchas (Luciane Amaral)

Parte mais clara do paredão de quartizito é o local de onde se desprendeu a pedra que caiu sobre as lanchas (Luciane Amaral)

Parte mais clara do paredão de quartizito é o local de onde se desprendeu a pedra que caiu sobre as lanchas (Luciane Amaral)

Após a tragédia, os turistas desapareceram – a queda no movimento, logo após o acidente, em plena alta temporada, chegou a 80%. E, com eles, a principal fonte de renda do município.

Empresários, empreendedores e o poder público se uniram para tornar as atrações mais seguras, para que os visitantes possam voltar a movimentar a economia da cidade, que tem pouco menos de 9 mil habitantes. E a estratégia é diversificar para conquistar.

O Lago de Furnas é destino tradicional de turistas ávidos de aventuras náuticas e experiências gastronômicas (Luciane Amaral)

O Lago de Furnas é destino tradicional de turistas ávidos de aventuras náuticas e experiências gastronômicas (Luciane Amaral)

Logo após o acidente, a visitação foi suspensa nos cânions, principais atrativos da região. Uma equipe de geólogos foi contratada pela prefeitura para fazer um mapeamento das áreas críticas, inclusive com registros fotográficos, que servem como base de comparação para ver a evolução de fendas e pontos com risco de desmoronamentos.

Todos os dias, bem cedo, eles percorrem o lago para avaliar as condições de segurança para a circulação de embarcações, explica Marco Antônio da Silva, um dos empresários a atuar na região. “Depois do acidente, o uso de capacetes e coletes em alguns trechos do lago passou a ser obrigatório. Além disso, o número de embarcações ficou limitado a 258 por dia; antes eram mais de 400 lanchas e embarcações de passeio, que transportavam entre 50 mil e 60 mil pessoas por dia”, explica o empresário.

De vaqueiro a dono de 21 embarcações, Marco Antônio da Silva conta que marinheiros fizeram vários cursos para deixar as viagens com lanchas mais seguras no lago (Luciane Amaral)

De vaqueiro a dono de 21 embarcações, Marco Antônio da Silva conta que marinheiros fizeram vários cursos para deixar as viagens com lanchas mais seguras no lago (Luciane Amaral)

Dono de 21 embarcações e com 25 marinheiros na folha de pagamento, Marco Antônio afirma que, após o acidente, todos os operadores fizeram cursos com a Marinha e o Sebrae, para se capacitarem e obterem certificações mais rigorosas para o transporte de turistas. “Nós aprendemos mais sobre segurança na navegação, primeiros socorros, gestão de riscos. 

O serviço de transporte náutico foi um dos mais afetados. E a expectativa é que com as restrições de circulação o turista possa se sentir mais seguro para circular pelo lago sem medo. “Agora funciona assim: os passageiros têm de assinar uma lista, entregue a funcionários da prefeitura, que ficam em um ponto de conferência na entrada dos cânions. Isso permite um controle de quantas pessoas estão lá e quem são”, destaca.

Além disso, há barreiras que demarcam o tipo de segurança exigida no local. Depois do check point da prefeitura, há a primeira linha de boias. A partir dela, só seis embarcações podem entrar no local. Avançando pela lago, depois da segunda linha de boias de controle, só pode entrar uma lancha por vez. Ela faz uma circulação rápida para que os turistas possam ver a formação de quartzito dos paredões e a área onde houve o desabamento.

Área da Cascatinha em Capitólio isolada para visitação pública (Luciane Amaral)

Área da Cascatinha em Capitólio isolada para visitação pública (Luciane Amaral)

Os turistas também não têm livre acesso a dois pontos tradicionais dos passeios no lago: a cascatinha está isolada e não é permitido o acesso, assim como o Vale dos Tucanos. Mas a tradicional Lagoa Azul - nome de uma famosa pousada na região - é parada obrigatória. 

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