ONDE FICAR? ONDE COMER?

Hospedagem varia de R$ 35 em camping a R$ 1,8 mil em pousada de luxo

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
09/07/2022 às 08:01.
Atualizado em 27/07/2022 às 14:42
 (Luciane Amaral)

(Luciane Amaral)

Na alta temporada, com o calor, Capitólio, no Sul de Minas, chegava a receber, antes do acidente no início deste ano, até 20 mil turistas por semana – a maioria encantada pelo Mar de Minas. Segundo a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), o lago é “a maior extensão de água em nosso Estado e um dos maiores lagos artificiais do mundo”. 

Apesar de banhar 34 municípios, Capitólio é o que ficou mais conhecido pelo turismo náutico. Foi na cidade que surgiu o famoso bairro Escarpas do Lago - um condomínio de ricos e famosos, que colecionam iates e luxuosas mansões. 

400 lanchas fazem passeios turísticos no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas (Luciane Amaral)

400 lanchas fazem passeios turísticos no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas (Luciane Amaral)

Somente há cerca de 20 anos é que o receptivo turístico despontou como fonte de renda e geração de empregos na cidade; e só na última década é que a atividade se consolidou e deslanchou mesmo. O município tem 130 meios de hospedagem, entre hotéis, pousadas, campings, hostels, casas para locação, que oferecem quase 4 mil leitos (tem camping com diárias de R$35 ou hostels por R$ 40).

Dezenas de bares molhados se espalham pela orla do Lago de Furnas e são diversão garantida para turistas (Luciane Amaral)

Dezenas de bares molhados se espalham pela orla do Lago de Furnas e são diversão garantida para turistas (Luciane Amaral)

Além de esportes aquáticos, as baladas em bares molhados, as pousadas de alto luxo (com diárias de até R$ 1.800) e a gastronomia compõem um combo perfeito para atrair turistas. Mas com o acidente, muita gente acreditou que os passeios estavam suspensos de vez e que o lago era a única atração turística. Ledo engano.

Ganha-pão
Muita gente que nem tem acesso ao lago passou a ganhar a vida com o turismo na cidade. Nada mais justo, já que as melhores terras cultiváveis, perto do Rio Grande que foi represado para a construção da barragem da Usina de Furnas, foram inundadas. E o município que tinha um perfil agrário perdeu muito da receita e da tradição.

Propriedade rural virou negócio de família em Capitólio com a tranquilidade da roça e a gastronomia da tilápia (Luciane Amaral)

Propriedade rural virou negócio de família em Capitólio com a tranquilidade da roça e a gastronomia da tilápia (Luciane Amaral)

Reinaldo de Oliveira Ramos aproveitou o sítio que estava na família há três gerações para abrir um restaurante com 160 lugares. “Meu avô contava histórias do tempo em que o lago foi enchendo. As melhores terras ficaram debaixo d’água. Por isso o turismo é tão importante pra gente. A crise em Capitólio afeta pelo menos outras 15 cidades na região”, lamenta. 

Além do restaurante, Reinaldo construiu uma pousada com 17 quartos, que são alugados por R$ 200, com café da manhã, para um casal. Para manter o movimento no negócio, que chegou a fechar as portas por cinco meses por causa da Covid e, em março, por causa do acidente, ele investiu: reformou a área de piscina e a varanda e asfaltou a estrada, que era de terra. “A gente tem que se reinventar. Tenho vários projetos que vou implementar”, explica.

A mulher dele, Luziane Soares, que administra o restaurante, diz que não foi preciso demitir ninguém, porque os funcionários são da família. E conta, otimista, que os projetos como festival de balonismo, encontro de fuscas e festas juninas estão salvando os negócios na cidade. “Sou sempre otimista. Acho que a gente já passou por tantos momentos difíceis e estamos superando este também”.

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