Grande BH

Betim decide acionar a Justiça contra o Governo de Minas devido ao projeto do Rodoanel Metropolitano

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
23/06/2022 às 17:22.
Atualizado em 23/06/2022 às 17:34

A Prefeitura de Betim vai entrar com uma ação contra o Governo de Minas por danos que podem ser causados pelas obras do Rodoanel Metropolitano. A afirmação é do procurador-geral do município, Bruno Cypriano. A expectativa é que a Justiça seja acionada ainda nesta semana.

Segundo o Executivo municipal, a nova alça, que consta da errata do edital de licitação publicado pelo Estado, causa mais danos ao município do que o traçado proposto anteriormente. O processo será movido em conjunto com a Prefeitura de Contagem.

"Danos urbanísticos, ambientais, sociais e morais serão causados à população. Estamos contratando uma grande fundação internacional para calcular de forma mais exata. Mas calculamos algo em torno de R$ 20 a R$ 30 bilhões de danos à sociedade de Betim ao longo de 30 anos", afirmou Cypriano.

Ele disse que o Rodoanel deveria passar por fora da cidade e não dentro dela. O procurador-geral estipulou ainda que cerca de 185 mil pessoas serão impactadas diretamente e cinco mil casas desapropriadas. "E as pessoas vão perder mobilidade. Será construído um muro divisor no meio da cidade. Para se ter uma ideia, o projeto prevê apenas dois acessos em 17 km (de rodovia)".

A ação da Prefeitura de Betim pedirá que o projeto seja suspenso até que o governo estadual faça um estudo que quantifique os danos. Bruno Cypriano afirmou que a cidade enxerga o projeto como suspeito, pois ele foi "doado para uma entidade privada" e não será executado pelo próprio governo, o que seria mais "respeitoso com o interesse público".

A reportagem pediu um posicionamento do Governo de Minas e, até o fechamento desta matéria, não houve retorno.

Contagem
Nessa quarta-feira (22), a Prefeitura de Contagem protocolou uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a suspensão do edital do Rodoanel Metropolitano, publicado em janeiro deste ano.

O Executivo alega que o objetivo da ação é assegurar a preservação do meio ambiente e das comunidades tradicionais do município.

Segundo a Procuradoria-Geral do Município (PGM), o Governo do Estado não consultou a comunidade quilombola dos Arturos, que está localizada a um quilômetro de onde passa o traçado da alça Oeste do empreendimento. A PGM alegou que a comunidade é protegida desse tipo de intervenção.

Além disso, ainda de acordo com a Procuradoria-Geral, a via cortaria a bacia de Vargem das Flores, comprometendo o abastecimento de água de Contagem, Belo Horizonte e Betim.

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