Mais um capítulo

Gabriel Azevedo presta queixa na polícia e envia ofícios ao Estado para relatar supostas ameaças

Marcelo Aro rebateu as críticas, dizendo que o vereador "quer virar prefeito sem ganhar a eleição"

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 03/09/2023 às 17:39.Atualizado em 03/09/2023 às 20:01.
 (Karoline Barreto/CMBH)
(Karoline Barreto/CMBH)

Principal personagem da disputa política que sacode a Câmara Municipal de Belo Horizonte, o presidente do Legislativo, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), informou neste domingo (3) que dois ofícios foram enviados ao Governo de Minas e um Boletim de Ocorrência registrado junto à Polícia Civil. 

Ao governo, um dos ofícios foi enviado ao vice-governador, Mateus Simões. O outro à ouvidora-geral do Estado, Simone Deoud. Nos documentos, Gabriel alega a prática de atos de coação no curso do processo de cassação e supostas ameaças a parlamentares da Câmara.

"Desde o recebimento da denuncia de cassação do meu mandato, diversos vereadores relataram ações para pressioná-los a votar pela abertura do processo de cassação por parte de Marcelo Aro, Secretario Estadual da Casa Civil. Para além de outros parlamentares, ameaças também foram feitas a assessores da minha equipe, através de mensagens e diretamente a mim em plenário ", afirma nos ofícios.

Gabriel voltou a falar que Aro possui influência na PBH, sendo responsável pela indicação de quatro secretários municipais.

O nome de vários vereadores também são citados nos ofícios, que cobram do Estado uma "fiscalização interna" para prevenir e combater a "corrupção", além de permitir que os trabalhos na Câmara sejam feitos com "autonomia e independência".

No mesmo comunicado à imprensa, Gabriel Azevedo alega que mais vereadores pretendem registrar boletins de ocorrência "nos próximos momentos apontando o uso da Federação Mineira de Futebol para influenciar em votações no parlamento municipal".

O Hoje em Dia entrou em contato com o Governo de Minas solitando um retorno sobre os ofícios que citam os nomes de  Mateus Simões, Simone Deoud e Marcelo Aro. A Federação Mineira de Futebol também foi procurada. Até o momento, apenas Aro se posicionou.

Por meio de nota, Marcelo Aro rebateu as críticas e também partiu para o contra-ataque contra o presidente da Câmara. "Gabriel é Vereador em Belo Horizonte e eu sou Secretário de Estado, tenho mais o que fazer e acho que a cidade de Belo Horizonte tem muito problema que ele deveria se preocupar em resolver ao invés de me atacar". 

Segundo Aro, Azevedo perdeu a confiança dos parlamentares, citando gravações e apoio a um assessor que supostamente falsificou um documento. "Ele comete abuso de poder e é disso que ele precisa se defender. Ele tenta criar uma cortina de fumaça para desviar o foco do verdadeiro problema", disse Aro, que ainda falou sobre a eleição do ano que vem. 

"O Gabriel quer virar prefeito sem ganhar a eleição e quer tocar a câmara como se fosse um ditador. Minha opinião é que esses são motivos mais que suficientes para que ele seja cassado e torço para que os vereadores tomem a decisão mais correta". 

Sobre o B.O, o secretário alegou que "registrar que fazer boletim de ocorrência falso é crime, mas lugar de debater com bandido é na justiça, não é pela imprensa".

Relembre

Na última segunda-feira (28), a deputada federal Nely Aquino (Podemos) protocolou um pedido de cassação do mandato do atual presidente, Gabriel Azevedo. Ela alega quebra de decoro parlamentar para justificar o pedido. O político disse que não se intimida.

Nely Aquino é ex-presidente da Câmara de Vereadores. Segundo ela, Gabriel cometeu uma série de atos "incompatíveis com a dignidade do cargo". Dentre eles, citou abuso de autoridade, agressões verbais contra outros vereadores, atuação irregular em CPI e exoneração de funcionários por perseguição política.

Gabriel Azevedo partiu para o ataque. Por nota, afirmou que grupo político da deputada "vendeu a alma" para o prefeito Fuad Noman, além de coagir vereadores.

Na última sexta, a Câmara Municipal viveu uma sessão com ânimos inflamados. A reunião, que poderia definir o futuro do vereador Gabriel Azevedo, durou mais de cinco horas. No entanto, encaminhamentos, verificação de quórum e questões de ordem foram estratégias adotadas para que o pedido de cassação fosse adiado. Uma nova reunião deve ocorrer nesta segunda (4).

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por