Parlamentares dizem que tarifaço de Trump tem participação da família Bolsonaro
Congressistas atribuem aumento de 50% nas tarifas sobre exportações brasileiras à atuação de aliados do ex-presidente nos EUA
O anúncio de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de que irá impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, gerou forte reação entre parlamentares do Senado. Tanto políticos da base governista quanto da oposição ao bolsonarismo convergem na avaliação de que a medida tem motivação política e foi diretamente influenciada pela família Bolsonaro.
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi enfático ao classificar a medida como um ataque ao Brasil, e não apenas ao governo. "Nossa soberania não é negociável. A decisão deplorável de Trump, de quem Bolsonaro lambe as botas, não é contra um governo, é contra o Brasil. Enquanto o bolsonarismo ri e aplaude de boné MAGA (Make America Great Again), trabalharemos no diálogo diplomático para reverter as consequências desse ato insano", declarou o senador.
Na Câmara, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) corroborou a tese de que o "tarifaço" de Trump não possui justificativa econômica, mas representa uma clara interferência nos assuntos internos do país. "Cadê os capachos do imperador Trump depois da taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros? A explicação não é econômica, é política. É interferência na soberania nacional, no Judiciário brasileiro, e defesa do golpista Bolsonaro que vai para a cadeia. É uma exigência descabida", publicou Valente em suas redes sociais.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), foi ainda mais direto ao acusar Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e o ministro Tarcísio de Freitas de estarem por trás da retaliação comercial. "Penso que Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Tarcísio devem estar muito felizes em prejudicar o Brasil, nossa economia e nossos empregos. Nós defendemos o Brasil e nossa soberania. Eles são uns traidores!", afirmou Lindbergh, evidenciando o acirramento do debate político em torno da questão.
'Vai custar caro para Minas e para o Brasil', diz Zema sobre tarifaço de Trump
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não poupou críticas ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o anúncio de Donald Trump de que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.
A decisão do ex-presidente americano, explicitamente ligada ao tratamento dado a Jair Bolsonaro no Brasil, fez Zema alertar: "As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF. Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil."
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