Pela sexta vez, aeroporto de Confins recebe brasileiros deportados dos Estados Unidos

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
02/03/2020 às 17:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:48
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Um avião com 120 pessoas, entre tripulantes e passageiros, pousou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH, trazendo brasileiros deportados dos Estados Unidos. O pouso aconteceu por volta das 13h30 e a Polícia Federal ainda não confirmou quantas são, de fato, as pessoas que o governo americano mandou de volta desta vez.

É o sexto voo com brasileiros deportados a pousar em Confins desde outubro do ano passado, quando o governo americano passou a deter brasileiros em situação ilegal e mandar de volta ao Brasil. Os viajantes dizem que são mantidos presos nos Estados Unidos e chegam aqui apenas com a roupa do corpo.

Segundo a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto de Confins, o voo foi fretado pela U.S. Immigration and Customs Enforcement, agência norte-americana que controla imigração e alfândega. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil diz que a responsabilidade pela deportação é do governo americano.

A Polícia Federal confirmou que os brasileiros ficam proibidos inclusive de falar com seus familiares, pois têm os celulares apreendidos quando são presos nos EUA. A PF diz que não constatou nenhuma irregularidade na volta dos brasileiros ao país.

Com o voo desta tarde, passa de 600 o número de brasileiros que foram deportados dos EUA só em Confins desde outubro do ano passado. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) mudou a condução da política de deportação do Brasil, passando a aceitar a devolução de cidadãos em condições irregulares.

Desde 2006, o país não aceitava este tipo de medida de governos estrangeiros. A decisão foi tomada após uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso investigar a deportação de brasileiros no exterior. O Itamaraty, então, alterou a política de trato a brasileiros que vivem ilegalmente nesses países.

A partir daquele ano, cada caso de brasileiro ilegal em nações estrangeiras era analisado individualmente, para que o cidadão pudesse tentar reverter na Justiça a ilegalidade da deportação. Essa medida era feita, geralmente, com a comprovação de vínculo empregatício, matrimonial ou com a comprovação de paternidade e maternidade em nações estrangeiras.

De outubro de 2018 a setembro de 2019, 17.900 brasileiros foram presos tentando cruzar a fronteira dos México com os Estados Unidos, dez vezes mais que no período fiscal anterior. Contando imigrantes de todos os países, em 2019, foram 850 mil detidos.

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