
Apesar de 197 cidades mineiras terem declarado situação de calamidade em razão das tempestades que atingiram o Estado este ano, apenas 67 encaminharam ao Ministério do Desenvolvimento Regional o formulário para receber do governo federal a verba emergencial destinada a reparar estragos causados pelas fortes chuvas. Destas, somente 35 preencheram corretamente o documento e serão contempladas com valores variados.
"Mais de 100 cidades sequer impetraram seus projetos", lamentou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, neste sábado (29), em Belo Horizonte, durante encontro com prefeitos mineiros.
Juntos, os 35 municípios receberão pouco mais de R$ 17 milhões nesta etapa dos repasses. O maior valor caberá a Santa Luzia (R$ 1,8 milhão), na região metropolitana.
Somando-se aos R$ 7,6 milhões já repassados a Belo Horizonte em janeiro, o valor total, por enquanto, chega a aproximadamente R$ 25 milhões.
Para o ministro, a baixa quantidade de cidades atendidas pode estar ligada a falhas no preenchimento dos formulários. "Está ocorrendo dificuldades no preenchimento destes formulários, que entendo não são simples. Mas, como são procedimentos emergenciais, que não precisam de cálculos bem elaborados, quero fazer um apelo: o município que estiver com dificuldade em preencher, desloque até a Cidade Administrativa (onde há um engenheiro da Defesa Civil para auxiliar as prefeituras)", disse o ministro.
A presença do ministro em Belo Horizonte foi elogiada por prefeitos, mas os administradores municipais também reclamaram da reunião marcada, segundo eles, de última hora.
"Fomos convidados às 17h de sexta-feira para o encontro no sábado pela manhã. Muitos prefeitos não tiveram como vir", reclamou Soraya Vieira (PSDB), prefeita de Guidoval, na Zona da Mata, e que esteve no encontro como representante da Associação Mineira de Municípios (AMM).
A cidade dela entrou com o projeto e receberá, por enquanto, R$ 750 mil. "Precisamos de mais ou menos R$ 3 milhões para consertar os estragos causados pelas chuvas".
Domingos Freitas (DEM), prefeito de Diogo de Vasconcelos, na Região Central, também lamentou que seu município não esteja entre os 35 contemplados com parte das verbas. "Precisamos de R$ 8 milhões. Onze pontes foram devastadas. só uma encosta precisará de R$ 4 milhões para resolver o problema".
A prefeita de Bocaiúva, Marisa Alves, pediu R$ 300 mil e levará para a cidade do Norte do Estado R$ 137 mil. "Dos 197 municípios que decretaram calamidade, 67 enviaram os formulários e 35 vão receber. É importante que as prefeituras se desloquem até a Cidade Administrativa atrás da orientação do profissional da Defesa Civil. Foi o que nós fizemos. Viemos toda a equipe de Bocaiúva. Às vezes, um termo ou uma palavra pode mudar tudo (no formulário)".