Aedes aegypti

Pesquisadores desenvolvem inseticida natural para combater mosquito da dengue

Vivian Chagas
@vivisccp
14/02/2022 às 08:45.
Atualizado em 14/02/2022 às 08:58
TESTES – Estudos com o composto de origem vegetal são feitos professores na Universidade de Brasília há seis anos (Beto Monteiro/ ASCOM UnB)

TESTES – Estudos com o composto de origem vegetal são feitos professores na Universidade de Brasília há seis anos (Beto Monteiro/ ASCOM UnB)

Um inseticida natural capaz de eliminar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, é desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). Análises sobre a eficácia do produto em locais com água parada serão realizadas ainda neste mês, após seis anos de estudos.

O produto, gerado a partir de compostos de origem vegetal, visa a interromper o ciclo de vida do inseto. Os testes serão feitos em calhas e ralos, com ovos do Aedes. “Como iremos jogar o inseticida direto na água para matar ovo, larva e pupa, esperamos eliminar o inseto antes que ele chegue na fase adulta”, explica a professora e coordenadora do estudo, Laila Espíndola.


Conforme a docente, desde janeiro é feito o monitoramento do mosquito por meio de 150 armadilhas instaladas na UnB. Elas possuem um composto que atrai o inseto, simulando um reservatório perfeito para as fêmeas colocarem seus ovos. 


O objetivo é verificar a quantidade existente em uma região antes, durante e após a aplicação. Depois desse período, tem início a aplicação do inseticida, que ocorrerá durante cinco semanas. 

As expectativas são altas. “Com o produto, esperamos nos livrar destes mosquitos que são resistentes aos inseticidas sintéticos disponíveis no mercado”, afirma Laila Espíndola.

Chamado ArboControl, o produto foi desenvolvido no Laboratório de Farmacognosia da instituição após financiamento de R$ 30 milhões do Ministério da Saúde. 

Em alta
A situação da dengue preocupa em Minas. O número de casos da doença triplicou nas duas últimas semanas. Em 2 de fevereiro, 577 pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade e 15 dias atrás, eram 178 infecções. Neste momento, outros 2,9 mil casos são classificados como prováveis e seguem em investigação. Nenhum óbito foi registrado nesse período.


O pico da enfermidade, no entanto, pode não ter sido atingido, vez que o período chuvoso ainda não terminou. Em meio à pandemia de Covid-19, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) não descarta uma epidemia causada pelo vírus transmitido pelo mosquito.

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