Após semana de reviravoltas, PBH resiste à pressão e mantém comércio não essencial fechado

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
24/07/2020 às 17:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:07
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Mesmo com os últimos dias marcados por reviravoltas judiciais, reuniões, protestos e muita pressão por parte dos empresários, nada muda no funcionamento do comércio de Belo Horizonte na próxima semana e não há data para a reabertura de serviços não essenciais, informou a prefeitura nesta sexta-feira (24).

De acordo com a administração municipal o número médio de transmissão por infectado pelo novo coronavírus (Rt) na capital, que na semana passada atingiu 1,00, voltou a crescer e chegou a 1,02. Ou seja, a situação da epidemia de Covid ainda é muito grave e requer mais cuidados.

O crescimento no número de casos confirmados e mortes pela doença também foram fundamentais para que a prefeitura tomasse a decisão por manter a cidade na fase zero de flexibilização. Entre os dias 16 e 23 de julho, houve um aumento de 18% no número de infectados (subindo de 13.559 casos para 16.100) e 30% nas mortes (cresceram de 320 para 417 em uma semana).

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (24), Belo Horizonte tem 16.670 casos confirmados da doença e 432 mortes. Outros 144 óbitos são investigados.

Leitos

A alta ocupação de leitos também é outro fator relevante para a decisão de não permitir a reabertura dos serviços não essenciais. De acordo com a prefeitura, o percentual de ocupação de UTIs Covid voltou a subir e saltou de 85% para 89% nas últimas 24 horas. As internações nas enfermarias nesse mesmo período passaram de 74% para 75%.

A ocupação na rede pública permanece alta, mesmo com a ativação de novos leitos. Neste mês, foram disponibilizadas 77 UTIs Covid e 258 leitos de enfermarias Covid. A administração municipal informou que não há piora no atual quadro de internações, mas a ocupação está alta porque não houve redução no nível de transmissão nas duas últimas semanas.

Negociação

Nesta semana, entidades representativas de estabelecimentos comerciais realizaram uma manifestação na Praça da Liberdade para pedir a reabertura do comércio na capital mineira. Uma liminar chegou a permitir o funcionamento de bares e restaurantes na cidade, mas o próprio presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais derrubou a decisão anterior

Cinco secretários municipais tiveram uma reunião com representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) nesta quinta-feira (23). De acordo com a administração municipal, uma nova reunião com  será agendada para a próxima semana, “quando a Prefeitura apresentará uma avaliação da proposta do nível de leitos para liberação da abertura e das fases indicadas por essas entidades”.

A prefeitura informou que CDL e Abrasel trouxeram um outro plano como alternativa ao que já havia sido construído juntamente com as próprias entidades e outras há mais de dois meses – antes da aceleração da epidemia na capital, que provocou a necessidade de voltar à fase zero, com fechamento do comércio não essencial.

Testagem

De acordo com a prefeitura, foram realizados cerca de 70 mil exames para detecção do novo coronavírus, entre testes PCR e rápidos das redes pública e privada. Os exames PCR (capazes de verificar se os pacientes estão doentes naquele momento) são realizados, na rede municipal, entre pacientes com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) atendidos em UPAS ou hospitais; profissionais de saúde, asilados, cuidadores de asilos públicos, detentos, população em situação de rua,  pacientes renais crônicos dialíticos sintomáticos e guardas municipais.

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