BH terá boteco sem galera e restaurante sem parquinho no 'novo normal'

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
16/07/2020 às 07:19.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:02
 (Editoria de Arte/Hoje em Dia)

(Editoria de Arte/Hoje em Dia)

Belo Horizonte já se prepara para viver um novo normal quando os números da Covid-19 começarem a cair na cidade. Uma pessoa a cada sete metros quadrados dentro de bares e restaurantes, em mesas só com até dois clientes, aferição de temperatura ao entrar em centros comerciais, proibição de provadores em lojas de roupas e eventos em drive-in em locais abertos e cercados são algumas das diretrizes apresentadas pela prefeitura, ontem, a representantes dos empresários.

O protocolo contempla segmentos não autorizados a abrir as portas desde 20 de março, como shoppings centers e os setores de vestuário e alimentação - esse último com permissão para atender apenas no delivery e no sistema “pague e leve”. 

Quando essas mudanças irão ocorrer, porém, segue sem definição. Por enquanto, certo é que apenas os serviços essenciais permanecem abertos na capital. Ontem, os comerciantes chegaram a apresentar uma proposta de reabertura com todos os estabelecimentos funcionando quatro vezes por semana e totalmente fechado nos outros três dias. A PBH afirma que analisa o documento.

Contraproposta

Como contraproposta, o Executivo municipal apresentou o protocolo, mas apenas para ser colocado em prática quando o cenário melhorar na capital. Até o momento, Belo Horizonte tem 11.827 casos confirmados do novo coronavírus e 296 mortes.

De acordo com o secretário Municipal de Planejamento, André Reis, as diretrizes foram construídas a partir de propostas apresentadas pelos próprios setores comerciais. “Mas agora, com certeza, não é a hora de promover uma flexibilização”.

Ao ar livre

Ainda dentro do protocolo, bares e restaurantes terão que dispor uma mesa a cada 6,5 metros quadrados da outra e estarão proibidos de oferecer self-service. A recomendação é privilegiar a disposição dos clientes em áreas externas do estabelecimento ou com maior ventilação. O uso das calçadas será permitido mediante licenciamento na prefeitura.

Tanto nesses locais quanto em shoppings, as áreas de entretenimento, inclusive cinemas, não poderão funcionar. 

Nas lojas de roupas, as pessoas, incluindo funcionários, deverão manter dois metros de distância entre elas. Os estoques deverão ficar separados das peças do mostruário. Os clientes estarão proibidos de manter contato físico com as roupas armazenadas - somente as que estiverem em exposição poderão ser manuseadas, desde que as mãos sejam higienizadas com álcool em gel antes e depois do toque.

Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Ricardo Rodrigues disse não ter tido acesso ao protocolo e só deve se posicionar hoje sobre as diretrizes.

À frente do Sindicato dos Lojistas (Sindlojas), Nadim Donato frisou que vários setores estão sem abrir as portas há 120 dias. “Se não for possível uma flexibilização (para esses segmentos), a mortalidade das empresas, em especial as que ainda não foram reabertas, será grande”.

Flagrantes

Enquanto protocolos para a flexibilização são discutidos, empresários seguem burlando a lei para manter os estabelecimentos funcionando em Belo Horizonte. Desde 20 de março, a Guarda Municipal fiscalizou 37.960 pontos comerciais na capital e fechou 17.678. No período, 68 alvarás foram recolhidos.

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