Em reunião, moradores de Congonhas discutem segurança de barragem e mudança de residências

Bruno Inácio
27/11/2019 às 20:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:50
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Moradores de Congonhas, na região Central de Minas, se reuniram nesta quarta-feira (27) com representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No encontro, relataram a insegurança vivida na cidade devido às barragens e reforçada desde o tremor de terra sentido na noite da última segunda-feira (25). 2.700 famílias pedem remoção de suas residências.

Apesar de levantamentos técnicos feitos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e pelas mineradoras descartar qualquer risco nas barragens que circundam a cidade, quem vive em Congonhas relatou medo na reunião. Por isso, o Ministério Público vai manter os dois pedidos de liminar que tramitam na Justiça sobre o caso.

Após as tragédias em Mariana e Brumadinho, na Grande BH, a população teme o colapso em Casa de Pedra, a maior barragem construída em área urbana no país. "Apesar de a estrutura em Congonhas ser considerada de risco baixo, o dano potencial associado – por estar bem perto de casas – é alto", afirma o chefe da Divisão de Segurança de Barragens da ANM, Wagner Araújo.Lucas PratesBairro Residencial Gualter Monteiro fica a cerca de 200 metros da barragem em Congonhas

O promotor de Justiça Vinícius Galvão diz que já havia solicitado ao poder judiciário da cidade que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) indenizasse os moradores em R$ 3.000 pelos transtornos e os transferisse para residências em locais seguros. Contudo, os pedidos não foram julgados.

"Por isso, entrei com agravos e com recursos, que devem ser julgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Há também uma ação circulando com relação à creche para as crianças, já que só os alunos adolescentes estão em uma escola provisória", afirmou o promotor.

Uma escola que fica próximo à barragem da CSN foi desativada e os alunos estão realocados em uma outra unidade. Para cerca de 100 crianças de 0 a 6 anos, porém, não houve solução. Elas estão em casa, sem nenhum tipo de ajuda do poder público ou da CSN.

O MP diz que está cobrando na Justiça que a CSN seja obrigada a custear uma nova creche para as crianças. Já a mineradora disse que não comentará nenhuma das liminares até que haja alguma decisão do Poder Judiciário.

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