(Lucas Prates)
Cinco vias de Belo Horizonte concentram quase 30% dos mais de 11 mil acidentes ocorridos ano passado. O Anel Rodoviário, com 842 registros, lidera as estatísticas. A Cristiano Machado é a segunda no ranking. Por lá, segundo a BHTrans, foram 631. Na sequência aparecem a Antônio Carlos (387), Amazonas (338) e Contorno (325).
Diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Alves explica que, tradicionalmente, as pistas com maior fluxo de carros e pedestres estão sempre no topo. “Nesses locais, a presença de fiscais tem que ser intensificada. O policiamento ostensivo inibe as infrações”, avalia.
Para o especialista, a aplicação de multas também é um ótimo recurso para frear os acidentes nas grandes cidades. “A multa é uma maneira de educar o indivíduo. A pessoa pode até não concordar ou reconhecer o erro, mas, quando mexe no bolso, pensa duas vezes antes de cometer a infração”, opinou.Hoje em Dia/Arquivo
Avenida Cristiano Machado é a segunda nos registros de acidentes
Queda
Juntos, o Anel Rodoviário e as avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Amazonas e Contorno foram responsáveis por 2.253 acidentes registrados na cidade em 2018. Um levantamento da BHTrans revela que 25 vias foram palco de 5.089 dos 11.656 mil sinistros. Conforme a empresa, apesar de altos, os índices tiveram redução de 4,8% se comparado com 2017, quando as vias tiveram 12.243 ocorrências.
Para o diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, as grandes cidades enfrentam um grande problema de mobilidade urbana, uma vez que não se prepararam para o aumento da circulação de pedestres e veículos. Na opinião dele, a capital não tem o que comemorar quando o assunto é acidente de trânsito. “A queda é significativa, porém, não contribui em nada para o afrouxamento das regras que, inclusive, devem ser intensificadas”, opinou.
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