Com alta demanda por testes de Covid-19, laboratórios começam a priorizar pacientes graves em Minas

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
17/01/2022 às 17:03.
Atualizado em 18/01/2022 às 00:54
 (Pexels / Divulgação)

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O início de 2022 está sendo marcado pelo avanço da variante Ômicron do coronavírus e por projeções de número recorde de contágios pela Covid-19 em Minas Gerais. Nesse cenário, laboratórios se veem obrigados a ajustar a rotina de testes para Covid, priorizando públicos e ampliando o funcionamento de unidades.

No Laboratório São Marcos, a alta demanda restringiu temporariamente a realização de exames para detecção do coronavírus. Os testes PCR estão sendo feitos apenas por agendamento e grupos específicos estão sendo priorizados.

Pacientes internados, pedidos médicos pré-cirúrgicos e trabalhadores da saúde e serviços essenciais têm preferência nas unidades do laboratório. Além disso, quem liga para marcar o exame é avisado sobre a demora no atendimento via telefone, também provocada pela alta procura por exdames.

A reportagem procurou a direção do Laboratório São Marcos para obter mais informações, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Quem também registra aumento no número de testes realizados é o Laboratório Hermes Pardini. Ele já aumentou o prazo para entrega de resultados do exame PCR para quatro dias úteis. De acordo com levantamento da empresa, mais de 100 mil testes foram realizados em todo o Brasil na última semana.

De acordo com o Hermes Pardini, na última sexta-feira (14), as unidades da empresa em Minas registraram um crescimento de 9% no volume de testes de Covid do tipo PCR em relação à média móvel das duas semanas anteriores. O índice de exames positivos, no mesmo período, passou de 33% (três diagnósticos positivos a cada 10 solicitações) para 43,2%, o que dá mais de quatro pacientes confirmados com Covid a cada 10 pedidos de exames.

Além do aumento no prazo para entrega dos resultados, o Hermes Pardini alterou o funcionamento de algumas unidades na capital e na Grande BH:

  • Reativação do drive-thru no Mangabeiras de segunda à sexta, das 13h às 19h
  • Fechamento das unidades Floramar, Barroca, Céu Azul, Lagoinha e Santa Amélia para ajustes operacionais
  • Reabertura das unidades Vespasiano, Betim I, Sabará e Alphaville
  • Ampliação horário das unidades Mangabeiras e Cidade Jardim: de segunda a sexta, das 6h às 18h30
  • Unidade Aeroporto: exame RT-PCR exclusivo para passageiros com viagem internacional marcada. Horário de atendimento: de segunda a sexta, das 7h às 17h. Sábado e domingo, das 7h às 13h

O Laboratório São Paulo também registrou aumento na procura por testes na Grande BH. Nos 14 primeiros dias de janeiro, segundo o laboratório, foi registrada uma média diária de cerca de 800 testes. Na última semana de dezembro, a média era de cerca de 200 exames por dia.

De acordo com a empresa, a demanda cresce a cada dia e não é possível precisar até quando o Laboratório São Paulo conseguirá suprir a procura por testes. O resultados de exames particulares estão sendo entregues no prazo de 12 horas e, para convênios, de 24 a 36 horas.

Ainda assim, os laboratórios ouvidos afirmam que não há desabastecimento de exames em suas unidades.

A Prefeitura de Belo Horizonte também afirma que o estoque de testes da rede municipal de saúde está preenchido. A procura por exames no sistema de saúde da capital também subiu mais do que o dobro entre a primeira e a segunda semanas de janeiro, saindo de 28.835 para 65.236 diagnósticos realizados.

Procura nas farmácias
Em drogarias e farmácias de Minas, a procura também está alta. Nos nove primeiros dias de janeiro, 61.615 testes foram realizados no Estado, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O número já é maior do que o registrado nos meses completos de outubro e novembro de 2021.

O número de casos positivos também chama a atenção nas farmácias mineiras. Nos primeiros 15 dias de janeiro, 30,34% dos testes detectaram o coronavírus. No ano passado, em dezembro, o percentual foi de 12,5% e, em novembro, de 6,85%. Nenhum mês de 2021 teve uma média de testes positivos superior a 30% de acordo com a Abrafarma.

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