Consumidor fiel sem medo: Pátio Cervejeiro da Backer abre normalmente e Belorizontina é vendida

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
10/01/2020 às 16:31.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:15
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

O laudo da Polícia Civil que apontou a presença de substâncias tóxicas em dois lotes de uma cerveja da Backer não afastou clientes cativos do Pátio Cervejeiro, no bairro Olhos D' Água, região Oeste da capital. O bar e restaurante da fabricante de bebidas artesanais funcionou normalmente nesta sexta-feira (10). Porém, houve queda no movimento, se comparado a outros dias, conforme relato de funcionários à reportagem.

No cardápio, a Belorizontina era oferecida. "Acabei de tomar uma e reforço: é a melhor do Brasil", declarou o advogado Hélio Antônio Campus de Abreu, de 68 anos. Ele e outros frequentadores defenderam a empresa, mostrando confiança de que o caso será esclarecido.

Morador de São Paulo, o administrador Danilo Pires, de 32 anos, diz ser fã da marca. Durante passeio pela metrópole mineira, afirmou que não poderia deixar de visitar o Pátio. "Conheço a casa há muito tempo, tenho total confiança. Trabalhei por um tempo em indústria desse ramo e sei como funciona o processo. Por isso, não tenho medo".

O também administrador Flávio Furtado, de 38 anos, aproveitou o horário de almoço para ir ao local. "Hoje não vou poder beber, porque tenho que voltar ao trabalho. Mas venho com regularidade e vou continuar", disse.

O casal John Kennedy e Naiara Lisboa, de 40 e 30 anos, também atribui credibilidade à empresa. "Já sou cliente há muito tempo. Até que se prove o contrário, a Backer é idônea", disse o rapaz. "Gosto muito daqui, vou continuar frequentando", acrescentou a mulher.

Apesar do apoio, a Associação de Supermercados recomenda a retirada da Belorizontina das gôndolas. Vários comércios, principalmente do bairro Buritis, já adotaram a postura. O caso envolvendo a doença misteriosa e uma suposta relação com a cerveja é investigado pela Polícia Civil. Laudo preliminar apontou a presença de substâncias tóxicas em dois lotes do rótulo.

Apoio

Nas redes sociais da Backer, o apoio da clientela tem sido expressivo. Em um post no Instagram, no qual a empresa garante não usar a substância tóxica nas etapas de fabricação, a maioria das mensagens é positiva.

"Jamais deixarei de tomar uma Belorizontina", escreveu uma usuária. "Conheci o mundo das cervejas artesanais pela Backer, sempre com alta qualidade dos seus produtos, espero que tudo se esclareça e que não prejudique a marca!!!", postou outro internauta.

Contaminação

A solução dietilenoglicol (DEG), detectada nas análises da Polícia Civil, é um líquido sem cheiro que se mistura com água e solvente. Usado como anticongelante, em altas doses, se ingerido, pode causar intoxicação, com quadro de insuficiências renal e hepática.

Os sintomas foram os mesmos apresentados por doentes atendidos em hospitais mineiros no último mês. Até então, o único denominador em comum entre os casos era o fato de as vítimas - homens de 23 a 76 anos - morarem ou terem estado no Buritis.

Em nota, a cervejaria informou que o DEG não faz parte do processo da Belorizontina. A Backer garantiu estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e contribuir com as investigações. Reprodução

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