Rainha da Sofrência

Acidente causou morte de Marília Mendonça completa seis meses e investigação segue suspensa

Clara Mariz
@clara_mariz
05/05/2022 às 11:06.
Atualizado em 05/05/2022 às 11:56
 (WorkShow/Divulgação)

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O acidente aéreo que causou a morte da cantora Marília Mendonça e de outras quatro pessoas completa seis meses nesta quinta-feira (5) e ainda não se sabe o que causou a queda da aeronave.

Isso porque as investigações estão paralisadas há um mês por causa de um impasse. O inquérito, presidido pela Polícia Civil de Minas Gerais, foi pausado após as Justiças Estadual e Federal entrarem em conflito sobre qual dos dois órgãos seria o responsável pelo caso.

No dia 29 de abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que a Justiça Estadual em Minas deveria cuidar da ação. Entretanto, a investigação ainda não foi retomada.

Segundo a Polícia Civil, a corporação aguarda o retorno da Justiça. “Tão logo a PCMG receba os autos do Poder Judiciário, dará continuidade às investigações”, informou em nota.

Acidente aéreo

Em 5 de novembro de 2021, o avião em que as vítimas estavam caiu na zona rural de Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce mineiro. Com o impacto, os tripulantes da aeronave sofreram politraumatismo contuso, e vieram a óbito. 

Além da artista, conhecida como a "Rainha da Sofrência", também morreram o produtor Henrique Ribeiro, seu tio Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto do avião, Geraldo Medeiros e o copiloto Tarcio Viana. 

aeronave da cantora se chocou contra cabos da rede de energia da Cemig, em uma área próxima ao aeródromo. Na época do acidente, a companhia informou que a torre de distribuição está fora da zona de proteção da área de voo da cidade. 

(Divulgação/CBMMG)

(Divulgação/CBMMG)

Conforme os exames de necropsia, todas as pessoas que estavam na aeronave não tinham consumido nenhuma substância que pudesse alterar ou contribuir para o óbito. Para o delegado da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, o resultado dos exames de necropsia são importantes para a eliminação de algumas hipóteses sobre o que pode ter causado o acidente.

Investigação 

Ainda em novembro do ano passado, o delegado responsável pela investigação afirmou que a polícia obteve o relato de um piloto que estava a 20 minutos de distância da aeronave que levava a cantora. Segundo a testemunha, o King Air entrou em contato com a cabine de comando do avião e não foi informado nenhum problema técnico.

Com essa informação, a corporação descartou que a causa do acidente pudesse ser alguma falha mecânica. A testemunha declarou, também, que o piloto Geraldo Medeiros afirmou que estava “na perna do vento da 02”, ou seja, já realizava os procedimentos de pouso.

Tragédia

A aeronave decolou de Goiânia e seguia para Caratinga, cidade também no Vale do Rio Doce, onde a artista faria um show na mesma noite. 

O resgate das vítimas demorou cerca de três horas, já que o avião estava em uma área de difícil acesso. Equipes do Samu, bombeiros militares e policiais atuaram na retirada dos corpos. Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas, os ocupantes estavam presos entre as ferragens. Os primeiros a serem resgatados foram os passageiros, já  que o piloto e o co-piloto estavam em áreas mais difíceis.

A artista estava em um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, prefixo PT-ONJ, com capacidade para seis passageiros. Segundo informações da Anac, o avião estava em situação regular.

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