O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chega a Belo Horizonte nesta sexta-feira (1) para visitar a Santa Casa e ver a situação do hospital depois do incêndio que atingiu o Centro de Terapia Intensiva (CTI) que funcionava no 10º andar, na noite de segunda-feira (27).
A vinda do chefe da pasta da saúde no país está programada para às 10h. E, além dos estragos causados pelo fogo, Queiroga irá encontrar o maior núcleo de prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas atolado em R$ 200 milhões de reais em dívidas com bancos, além de R$ 60 milhões devidos a fornecedores.
Segundo a instituição, muitos procedimentos realizados no hospital "são subfinanciados e recorrentemente há atraso nos repasses efetuados pelos órgãos governamentais - principal fonte de recursos da unidade".
Em entrevista ao Hoje em Dia, o diretor financeiro e gestão corporativa do Grupo Santa Casa, Gilberto Oliveira Martins Côrtes, explicou que as dívidas do hospital estão “bem equacionadas” e com operações financeiras a longo prazo, “com taxas bem abaixo do que são praticadas atualmente no mercado”. “Estamos conseguindo fazer nosso trabalho, sem aumentar o nível de endividamento”, afirmou.
O maior hospital do estado recebe pacientes de 80% dos municípios mineiros. Referência no atendimento pelo SUS à Covid-19 e a outras doenças em BH e na Região Metropolitana, a Santa Casa, além da dívida, tem um déficit financeiro de R$ 4 milhões.
Parte da conta é creditada aos altos valores de materiais médicos e medicamentos. Conforme Côrtes, mesmo com a contratualização de 150 novos leitos, em 2021, pela Prefeitura de Belo Horizonte, o grupo se encontra “novamente” em situação de déficit.
Equipamentos
Mesmo que o foco do incêndio de segunda-feira tenha se concentrado em um quarto do Centro de Terapia Intensiva, que fica no 10º andar da instituição, muitos equipamentos foram danificados pelo fogo e durante a evacuação dos pacientes.
Segundo o diretor financeiro e gestão corporativa da Santa Casa, os equipamentos do hospital vêm melhorando a cada ano. E, agora, o grupo terá que fazer um “trabalho forte” para repor o que foi perdido.
“Hoje temos um parque tecnológico adequado, claro que com alguns aparelhos chegando próximo de se tornarem obsoletos, mas bem adequado para o que a gente tem aqui”, explica Gilberto.
Folha de pagamento
Em meio a tantas dificuldades financeiras, uma das questões que mais preocupa os gestores do hospital é o pagamento dos funcionários. Porém, pelo menos neste quesito, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai encontrar as folhas de pagamentos em dia. De acordo com a Santa Casa, há 15 anos o salário dos funcionários é pago sem atrasos.
Sem previsão de quando o CTI voltará a funcionar com todos os 50 leitos que foram desativados com o incêndio, a Santa Casa apela para o que vem salvando a instituição ao longo dos anos: a solidariedade. São as doações que geram recursos e condições para a continuidade de projetos de revitalização e melhoria operacional, trazendo mais benefícios para os pacientes
Dados para doação:
Banco Cooperativo do Brasil S.A.
Número: 756
Agência: 4027-4
Conta: 1.600.001-3
Nome: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
CNPJ: 17.209.891/0001-93
Chave PIX: doacoes@santacasabh.org.br
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