Recomposição Salarial

Forças de segurança não concordam com proposta de reajuste de Zema e mantêm paralisação

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeeemdia.com.br
11/03/2022 às 16:01.
Atualizado em 11/03/2022 às 16:12
Romeu Zema (Novo) foi o principal alvo das manifestações das últimas semanas (Lucas Prates/Hoje em Dia)

Romeu Zema (Novo) foi o principal alvo das manifestações das últimas semanas (Lucas Prates/Hoje em Dia)

A nova proposta de reajuste salarial anunciada pelo governador Romeu Zema (Novo) nesta sexta-feira (11) não agradou às forças de segurança do Estado, que seguirão paralisadas. O aumento de 10,06%, retroativo a janeiro deste ano, e de quatro vezes o auxílio fardamento foram avaliados de forma diferente entre os representantes dos servidores, mas a rejeição à proposta é ponto comum.

Para o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas (Aspra/PMBM), sargento Marco Antônio Bahia, a reestruturação da proposta significa um avanço nas conversas com o Estado, mas a oferta ainda está longe do reivindicado pela corporação.

"Não podemos descartar que houve um pequeno avanço. Essa recuada do governo em conceder o reajuste a partir de janeiro é um sinal positivo, mas nossa pauta segue a de recomposição de 24% e retirada imediata do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) da Assembleia (Legislativa de Minas Gerais- ALMG)”, disse à reportagem.

O pequeno avanço citado pelo sargento se deve ao reajuste valendo a partir de janeiro de 2022 e a adição de mais uma parcela no auxílio fardamento. Não houve mudança no percentual do aumento, que alcançou o patamar considerado como limite legal pelo governo do Estado.

Para o presidente da Aspra, a forma como o acréscimo da parcela do auxílio fardamento foi realizada na nova proposta de Zema desagradou aos militares.

"Terem oferecido aumento no auxílio apenas para os militares da ativa é nefasto, porque quebra o pacto de gerações. Isso tem que ficar claro: a quebra da paridade é inegociável e não oferecer o auxílio para os militares da reserva foi o ponto da proposta que mais gerou dor de cabeça", explica.

Sargento Marco Antônio Bahia afirma que as forças de segurança seguem com as recomendações aprovadas na paralisação que teve início em 21 de fevereiro. A cartilha fala sobre o trabalho em situação de 'estrita legalidade', que prega, entre outras condutas, a inatividade quando as ferramentas de trabalho do policial não apresentarem as condições ideais para a segurança do agente.

Recepção ainda pior
A proposta de Zema foi recebida com tom mais ríspido pelos policiais penais. Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas Gerais (Sindppen), Jean Otoni, classificou a oferta do governador como um "escárnio".

Na tarde desta sexta-feira, lideranças das entidades de segurança pública de Minas se reunirão com deputados ligados à categoria para debater os rumos do movimento e próximos passos da negociação com o governo de Minas. O encontro acontece na sede da Aspra e o aceite à nova oferta do governador não está na pauta.

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