Braços cruzados

Motoristas de aplicativo fazem paralisação nesta terça e protestam por melhorias em BH

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
29/03/2022 às 11:32.
Atualizado em 29/03/2022 às 14:08
 (Valéria Marques)

(Valéria Marques)

Motoristas de aplicativo de Belo Horizonte se reúnem, na manhã desta terça-feira (29), em protesto contra a alta dos combustíveis e por melhoria das condições de trabalho e reajuste de tarifas. O movimento de hoje é realizado por condutores autônomos e não tem relação direta com os organizadores da paralisação marcada pela categoria para o decorrer do dia. 

Na capital, os manifestantes se concentraram na Praça do Papa, de onde seguiram até a rua Professor Morais, na região da Savassi. O grupo, com cerca de 24 pessoas, fecha duas faixas da via e complica o trânsito. 

Segundo o motorista Jonathan Almeida, de 26 anos, que tem as plataformas como renda principal há quatro anos, pede uma resposta dos aplicativos para os pedidos da categoria. Ele e outros manifestantes com dizeres como “precisamos de dignidade” e “queremos tarifas com valores mínimos garantidos em toda BH e região”.

“Hoje a classe vem buscar uma resposta equivalente a um valor mínimo garantido ao motorista de repasse. As plataformas aproveitam que os motoristas estão em uma zona de área 2, como por exemplo Betim, Contagem, Vespasiano e outras regiões, para praticarem preços abusivos. Eles cobram caro ao passageiro e fazem repasse mínimo aos motoristas, ficando com taxa de até 40%, o que chega a ser surreal”, disse ao Hoje em Dia

O movimento ocorre no mesmo dia em que a categoria realiza uma paralisação nacional, chamada de “apagão dos aplicativos”. O ato, iniciado às 20h de segunda (28), deve seguir por 24 horas. De acordo com o presidente da Associação dos Prestadores de Serviço que Utilizam Plataformas Web e Aplicativos de Economia Compartilhada (APPEC), Warley Leite, o protesto consiste em deixar as plataformas desligadas como forma de demonstrar a insatisfação. 

“É um movimento nacional que está acontecendo em 16 estados. Hoje só desligamos os aplicativos e os motoristas estão parados, a grande maioria deles. E estamos insatisfeitos com o método de pagamento, tratamento e desvalorização dos aplicativos. A gente quer chamar a atenção, uma tarifa melhor, um repasse melhor”, afirmou. 

Ainda de acordo com o representante da categoria, a entidade acredita que o reajuste deveria ser de, no mínimo, 40%. “Dado aos anos em que não tivemos aumento. Também pedimos o fim dos bloqueios injustos e o direito à defesa. Hoje o motorista dorme trabalhando e acorda bloqueado sem saber o que aconteceu”, concluiu. 

Assim como os motoristas, o ato também inclui motoentregadores, que também pedem reajuste, fim de corridas duplas e agendamento das entregas. “E outra coisa, que seria de bastante interesse, é que esse pedido só fosse realizados aos entregadores a partir do momento em que ele estivesse pronto, para que não tenha espera que pode chegar a 30 ou 40 minutos”, finalizou.

Protestos

Na próxima sexta-feira (1º), dois grandes atos são prometidos pela categoria. O primeiro deles, com a participação de motoentregadores, terá concentração no calçadão da Savassi, às 9h.

À tarde, uma manifestação seguida de carreata, saindo da Praça da Estação, está marcada para às 15h. 

O que dizem os aplicativos

Em nota, a Uber informou que lançou um pacote de medidas para ajudar a mitigar os custos dos motoristas parceiros com a mais recente alta dos combustíveis. “Estão sendo investidos cerca de R$ 100 milhões em iniciativas como promoções de ganhos adicionais e parcerias que ajudam a reduzir os custos dos parceiros, além de um reajuste temporário no preço das viagens”, disse o comunicado. 

Já o iFood disse que respeita o direito de manifestação e esclarece que mantém o compromisso de diálogo aberto com os entregadores para buscar melhorias e oportunidades para os profissionais como também para todo o ecossistema.

A reportagem também entrou em contato com a 99 e aguarda um retorno.

(*) Com informações de Valéria Marques

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