em BH

Parentes de vítimas do caso Backer prestam depoimento no terceiro dia de julgamento

Clara Mariz
@clara_mariz
25/05/2022 às 18:47.
Atualizado em 25/05/2022 às 18:52
Depois das audiências de testemunhas de defesa, com encerramento previsto para 3 de abril, será marcado o interrogatório dos réus (Reprodução/Google)

Depois das audiências de testemunhas de defesa, com encerramento previsto para 3 de abril, será marcado o interrogatório dos réus (Reprodução/Google)

Sete pessoas prestaram depoimento nesta quarta-feira (25), terceiro dia do julgamento do “Caso Backer”, no Fórum Lafayette, na região Centro-
Sul de Belo Horizonte.

A sessão contou com a participação de parentes e amigos das vítimas da intoxicação com dietilenoglicol, que estava presente nas cervejas produzidas pela Backer. 

De acordo com a mulher de uma das vítimas, o marido era saudável e ficou cego e tem dificuldades para de andar, após tomar a cerveja. Ela relatou que o homem está se recuperando, mas que os valores pagos pela cervejaria “não cobrem todo o custo” do tratamento.

Outras três testemunhas disseram que seus parentes desenvolveram crise renal aguda, sendo que duas vítimas morreram em decorrência do quadro clínico. 

Nos depoimentos, todas as pessoas afirmaram que as vítimas tiveram sequelas após tomarem a cerveja da Backer. Além de falência dos rins, algumas também apresentam falha motora, lesão cerebral e no pulmão e necrose no intestino.

O julgamento começou na segunda-feira (23) e segue até esta quinta (26) na capital mineira, quando mais sete pessoas deverão participar da fase de instrução, encerrando as os depoimentos das testemunhas da acusação. Posteriormente, serão marcadas as datas para as testemunhas de defesa.

Acusados 

No total, 11 pessoas foram denunciadas. Três sócios-proprietários da empresa respondem pela prática dos crimes de envolvimento na adulteração de bebidas alcoólicas, perigo comum e crimes tipificados no Código de Defesa do Consumidor.

Sete encarregados da fabricação de cerveja foram denunciados pelos crimes de lesão corporal grave e gravíssima, homicídio culposo, além dos crimes imputados aos sócios. Uma pessoa foi denunciada por prestar informações falsas na fase de inquérito policial.

Nenhum dos envolvidos foi acusado de crime doloso, quando há intenção de provocar a morte. Por isso, não haverá  júri popular.

Relembre

O caso ganhou notoriedade em janeiro de 2020, quando surgiram relatos de envenenamentos “misteriosos” envolvendo moradores do bairro Buritis, em Belo Horizonte. Os consumidores manifestaram sintomas de uma síndrome nefroneural, que provoca insuficiência dos rins e problemas neurológicos. 

Uma investigação da Polícia Civil relacionou os problemas de saúde ao consumo de cervejas da Backer, principalmente a Belorizontina, que estariam contaminadas com uma substância tóxica conhecida como dietilenoglicol. Dez vítimas morreram e várias tiveram sequelas.

Em junho daquele ano, a investigação indicou que a contaminação ocorreu devido a um furo no sistema de refrigeração de um dos tanques utilizados pela cervejaria.

Em agosto de 2020, relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou que as contaminações ocorriam desde janeiro de 2019, afastando a possibilidade de evento isolado no histórico de produção das bebidas.

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