Moradores do bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, se reuniram na noite desta quarta-feira (23) para homenagear as vítimas do avião de pequeno porte que caiu em uma rua do bairro na última segunda-feira (21) deixando quatro mortos e dois feridos.
Vestidos de branco, eles fizeram uma oração, iniciada por Alessandra Dalzuffo, professora da academia que fica na rua Minerva, onde o acidente aconteceu.
Assista ao vídeo:
A fisioterapeuta Cristiane Sarsur mora no mesmo quarteirão do acidente e também agradeceu por ter sobrevivido. “Eu estava em casa e presenciei tudo da janela do meu quarto. Foi um estrondo e logo depois veio a explosão. Meu prédio tremeu todo e eu saí desesperada porque meu marido estava saindo de casa e eu encontrei com ele desnorteado na garagem”.
Segundo a moradora, eles convivem com o medo. “A tensão é muito é grande e a gente tá apreensivo. “Já vi vizinhos olhando para cima e para os lados antes de sair de casa”.
Mobilização
Após o acidente, moradores do Caiçara se reuniram para definir ações a serem tomadas sobre o aeroporto Carlos Prates, que fica a 1,3 quilômetros de onde o bimotor caiu. Eles querem a interdição do local, que opera voos particulares e também funciona como formação de pilotos.
Nas próximas semanas, um abaixo-assinado percorrerá o comércio da região, além da coleta de assinaturas virtuais. Como plano B, o grupo vai tentar ainda audiências públicas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O Acidente
Por volta das 8h desta segunda-feira (21), o avião de pequeno porte caiu no cruzamento da rua Minerva com Belmiro Braga, no bairro Caiçara, a cerca de 2,5 km do aeroporto Carlos Prates, local de onde saiu a aeronave. O avião atingiu a rede elétrica e explodiu após encontrar o solo, incendiando três carros que estavam na via.
Assista ao momento da queda:
Duas vítimas do acidente permanecem internadas na Unidade de Tratamento intensivo (UTI) do Hospital de Prnto-Socorro João XXIII . Thiago Funghi Alberto Torres, de 32 anos, que aguarda cirurgia após ter sofrido queimaduras em 55% do corpo e Srrael Campras dos Santos, de 33 anos, com 32% do corpo queimado.
A Polícia Civil informou que não há prazo para a liberação da quarta vítima porque a identificação não pode ser feita por arcada dentária ou pelas impressões digitais por causa do alto grau de queimaduras que o corpo sofreu. Ele seria de Paulo Jorge de Almeida, pedreiro que iria trabalhar no local onde aconteceu a queda. A vítima estava com Pedro Antônio Barbosa, de 54 anos, cujo corpo foi sepultado nesta terça-feira (22).
O corpo do piloto Allan Duarte de Jesus Silva, de 29 anos, foi enterrado nesta quarta-feira (23), no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele morreu na tarde dessa terça (22), no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde estava internado em estado gravíssimo, com 96% do corpo queimado.
Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Força Aérea Brasileira (FAB), veio a Belo Horizonte para fazer a perícia no avião, que não tinha caixa-preta.
Em abril deste ano, outra aeronave caiu na mesma rua, matando o piloto Francisco Fabiano Gontijo. A aeronave pegou fogo ao bater no portão de uma casa. As investigações deste caso ainda não foram concluídas.
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